domingo, 16 de dezembro de 2018

Conceito de Infância II


Relendo a primeira postagem no blog no primeiro semestre de2015 sobre o conceito de infâncias da interdiscipila infâncias de 0 a 10 anos, associei a conhecimentos adquiridos ao longo dos semestre que a criança é vista hoje como algo que foi historicamente construído ao longo dos anos. Ariés (1978) nos mostra que a sociedade nem sempre viu a criança como um ser especial e único, dotado de particularidades e cuidados especiais. Por muito tempo a tratou como um adulto em miniatura, por séculos a criança era vista como um ser sem importância e quase invisível. Só a partir da idade média começamos a entender o verdadeiro papel da infância bem como suas necessidades e o seu papel social, hoje ela é considerada em todas as suas especificidades, com uma identidade pessoal e histórica.
O desenvolvimento e o processo de aprendizagem estão ligados ao meio social em que a criança vive e tem acessos a diferentes materiais culturais e é na escola que ela vivencia trocas de experiências e aprendizagens ricas em descobertas. É indispensável conhecer o desenvolvimento das crianças, respeitando suas particularidades.
Para finalizar a infância e a criança foram conceitos construídos a partir das necessidades sociais, conforme cada momento histórico. Assim a infância é uma construção cultural da sociedade, relacionada ao contexto que estão inseridos.

Referência:
ARIÈS, P. História social da infância e da família. Tradução: D. Flaksman. Rio de Janeiro: LCT, 1978.

domingo, 9 de setembro de 2018

Estágio PEAD 2018/2

Então chegou o momento do estágio, momento de agregar a teoria com a prática em sala de aula, aplicar nossas aprendizagens, aprimorando nossos conhecimentos adquiridos durante o curso de Pedagogia da UFRGS. Espero ansiosamente alcançar todos os objetivos, aprender cada vez mais através dos desafios diários. Neste momento muitas dúvidas surgem e juntamente aquele friozinho na barriga, mas o estágio é uma grande oportunidade de fazermos valiosas reflexões sobre nosso trabalho, e com certeza irei crescer muito como profissional.
Quero desejar boa sorte a todas as colegas de curso e agradecer cariosamente a minha orientadora, que venha o estágio e em seguida o TCC e assim iremos nos encaminhando para a tão esperada formatura. 
Sucesso à todos!
                 
 "Professor não é o que ensina, mas o que desperta no aluno a  vontade de aprender."  
                                                                                                                  Jean Piaget


domingo, 1 de julho de 2018

Atividade de Integração do PEAD.


No sábado dia 30 de junho de 2018, participamos da atividade de integração dos polos do PEAD, onde conhecemos espaços da FACED, principalmente a brinquedoteca, um espaço encantador, ainda participamos de rodas de conversa sobre o estágio, este sendo uma das últimas atividades do curso, fomos agraciadas pela palestra do Professor Fernando Becker, que nos trouxe mais esclarecimentos sobre a teoria de Piaget. Pra mim foi um momento de grandes aprendizagens, foi maravilhoso e encantador participar de todos os momentos, estamos nos encaminhando para a reta final do curso, que venha o estágio e o TCC, momento de integrar as aprendizagens com a prática pedagógica. desejo a todas as colegas de curso,sucesso nesta nova etapa.
Rumo ao próximo semestre.  

Vygotski, Piaget e Wallon


Dados pessoais:
Lev Semenovich  Vygotski (1896 - 1934), formou-se em direito e estudou literatura e história.
Jean Piaget (1896 - 1980), pesquisador e filósofo suíço, formou-se em ciências naturais.
Henri Wallon (1879 - 1962), pesquisador e professor francês, graduou-se em medicina e estudou psicologia e filosofia.

Suas teorias:
Vygotsky, nos traz a ideia que o desenvolvimento da estrutura cognitiva do indivíduo é um processo que se dá na interação com o meio social, na apropriação da experiência histórica e cultural.
Piaget, o desenvolvimento cognitivo se dá em estádios sequencias, que são eles: sensório-motor (0-02 anos), pré-operatório (2 - 7 anos), operatório concreto (7 - 11 anos) e operatório formal (11 - 15 anos ou mais).
Wallon, o desenvolvimento cognitivo e afetivo se dá em estágios de maneira descontínua, a partir do potencial genético, inerente a espécie e a fatores ambientais e sócio-culturais. Os estágios são: Impulsivo emocional, Sensório motor e projetivo, Personalismo, Categorial, Puberdade e adolescência.

Para eles o processo de aprendizagem:
Para Vigotski este processo ocorre dentro da Zona de desenvolvimento Proximal (ZDP), através da interação do sujeito com o seu meio, o professor tem o papel de mediar estes conhecimentos, para isto deve conhecer os conhecimentos prévios de seus alunos, encorajando os mesmos a assumir a responsabilidade sobre sua própria aprendizagem.
O desenvolvimento caminha do meio social para o individual.
Para Piaget, a aprendizagem está condicionada ao desenvolvimento cognitivo e afetivo aos seus estádios, cabe ao professor conhecer em qual estádio seu aluno encontra-se, a modo de despertar sua curiosidade, Piaget nos diz que para que o indivíduo aprenda é necessário que haja uma inquietação, um desiquilíbrio, em relação a um dado novo este deve fazer assimilações a modo de acomodar-se, modificando as estruturas mentais em relação ao que lhe foi apresentado.
O desenvolvimento parte do individual para o social.
Para Wallon, a aprendizagem se dá na relação da afetividade, engajamento e cognição. Humanista.
Não é adepto da ideia de que a criança cresce de maneira linear, a criança se desenvolve com seus conflitos. O pensamento infantil é fluído oscilando entre hipótese contraditórias e interferência mútua entre linguagem verbal e imagem.
O desenvolvimento é um processo descontinuo e social.

As principais semelhanças:
Os três são sócio-interacionistas, pensavam no indivíduo como um ser social, deram contribuições importantes para a educação através de suas teorias psicogenéticas, levaram em conta a base biológica do pensamento psicológico. 

As principais diferenças:
Piaget e Wallon, focaram suas análises sobre o desenvolvimento cognitivo e afetivo do nascimento a adolescência, Vygotsky pensou o desenvolvimento e a aprendizagem como algo que ocorre por toda a vida, desde o nascimento. 
Piaget privilegiava a maturação biológica como condição ao desenvolvimento cognitivo (aprendizagem), Vygotsky a interação social e Wallon a afetividade. 
Para Piaget o processo do pensamento é resultados dos esquemas, a linguagem é um resultado do desenvolvimento dos processos mentais. Vygotsky e Wallon  não só viam pensamento e linguagem como interdependentes e recíprocos,mas atribua grande importância a aquisição da linguagem,pois ela diretamente influenciava as funções posteriores.
  


Piaget e Vygotski, no processo de construção de conhecimento e aquisição da linguagem.


Apesar de Vygotski ser um estudioso das teorias de Piaget, apresenta semelhanças e diferenças frente a suas teorias, ambos são interacionistas e construtivistas, admitem que o conhecimento não é somente uma função mental, mas depende da interação pessoa-meio-objeto.
 As primeiras investigações de Piaget em relação ao pensamento e a linguagem tinham como objetivo descobrir como as novas interações se acomodam com as ações anteriores (reflexos e esquemas sensórios motores) e como atuam em fatores internos e externos de cada individuo.  Lev Vygotsky teorizava sobre o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio histórico, o homem inserido na sociedade e sua maior contribuição esta nas reflexões sobre o desenvolvimento infantil e sua relação com a aprendizagem em sociedade (desenvolvimento do pensamento e da linguagem).
            Segundo a teoria epistemológica de Piaget, o desenvolvimento do indivíduo acontece ao longo da vida por sobreposição de estágios modificando estruturas já existentes, desta forma também explica o pensamento e a aquisição da linguagem. Entre o zero e os dois anos, a criança esboça indícios de linguagem que elabora a partir das suas percepções e ações. A seguir inicia o processo de conscientização, nas ações o significado e nas percepções o significante.
            Para Vygotsky pensamento e linguagem, inicialmente independentes, passam a se desenvolver numa relação de interdependência por volta dos dois anos, onde o cognitivo e a fala se cruzam. A criança aprende o nome das coisas (fala racional) e o significado delas (pensamento verbal). Através da curiosidade vai aumentar seu vocabulário, portanto a criança protagoniza a sua aprendizagem, é o sujeito no processo de aquisição da linguagem de forma dialógica, pois é na interação com o meio que adquiri conhecimento.
                 Diferente da teoria de Piaget que acredita que uma aprendizagem se agrega na outra, Vygotsky considera o que a criança está aprendendo e não o que já aprendeu. A cultura se integra ao homem pela atividade cerebral estimulada pela interação entre indivíduos e mediada pela linguagem. O desenvolvimento cognitivo se dá através da interação com outros indivíduos e também com o meio que está inserido, para que ocorra a aprendizagem, esta deve acontecer dentro da zona de desenvolvimento próxima (ZDP), a relação de distância entre o real e o potencial como uma área existente entre o que o indivíduo já sabe (um conjunto de conhecimentos e comportamentos que a criança é capaz de produzir- conhecimento real) e o que o sujeito possui para aprender, capacidade de dominar novos conhecimentos (conhecimento potencial), este precisa de auxílio e o professor então age como mediador, nas interações interpessoais e na interação dos objetos de conhecimentos.
             Piaget acredita que a aquisição de conhecimento esta estreitamente ligada ao desenvolvimento que segue uma sequencia fixa de estágios com poucas influências externas. Considera a linguagem mais complexa que a comunicação e que acontece somente no final do período sensório-motor. Para Piaget as manifestações orais do bebe de choro e balbucio ainda não são consideradas como linguagem, já Vygotsky considera estas manifestações estágio do desenvolvimento da fala, pré-linguístico do pensamento e pré-intelectual da fala.
            Após os dois anos de idade, a criança passa a elaborar pré-conceitos. Neste período que Piaget chama de Pré-operatório, inicialmente a linguagem acontece por repetição e monólogos solitários ou coletivos, o que significa que não existe colaboração do sujeito com o outro. Mais tarde passa a existir colaboração tanto na ação quanto no pensamento, através de ordens, súplicas, ameaças, diálogos, disputas, ações a favor do "eu" e a partir do seu ponto de vista. O período Conceitual ou Operatório acontece a partir dos sete anos de idade, a criança elabora signos através de conceitos, é a linguagem socializada.
           De acordo com Piaget a aprendizagem depende do processo de desenvolvimento do indivíduo, da maturação explicada pela passagem dos estágios. Para Vygotsky, a aquisição da linguagem depende da interação do sujeito com o outro no espaço social.  As funções psicológicas superiores do homem desenvolvem-se na interação com o meio, modificadas pela linguagem e vice-versa, e que vai dar forma ao pensamento e ao caráter do indivíduo, possibilitando a ação, a imaginação, a memória, etc. Portanto, podemos considerar que aspectos da maturação biológica podem coexistir com aspectos da interação na aquisição da linguagem, pois os estudos nos mostram a enorme complexidade de cada uma das teorias, não podendo excluir nem adotar por completo somente uma delas.

Referencias:
MONTOUYA, Adrian Oscar Dongo. Pensamento e Linguagem: Percurso Piagetiano de Investigação. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 11, n. 1, p. 119-127, jan./abr. 2006
VIGOTSKI, Lev- Desenvolvimento da linguagem. Acesso em 29/04/18, disponível em https://www.youtube.com/watch?v=_BZtQf5NcvE
PPT – A concepção do desenvolvimento de Lev S. Vygotsky e sua influência no contexto escolar. Disponível no Moodle



Aquisição da linguagem.


              A partir do século XX,  os estudos da aquisição da linguagem estava baseado em uma visão teórica Behaviorista, onde a aprendizagem da linguagem se dava pela exposição ao meio em decorrência da imitação e do reforço, o defensor desta teoria o psicólogo SKINNER, nos traz a ideia de que o aprendizado se dá através de um processo denominado condicionamento operante, onde o indivíduo aprende através de estímulo-resposta-reforço-imitação/experiência, portanto, a aquisição da linguagem procede o desenvolvimento cognitivo. Os behavioristas tendem a enfatizar a influência do meio e ver a criança como um receptor passivo da linguagem, desprezando seu papel no processo de aprendizagem, ainda no modelo skinneriano, o indivíduo é visto como um ser único homogêneo, não um todo constituído de corpo e mente.
               A teoria Inatista tendo como defensor, CHOMSKY é o criador do gerativismo, o primeiro linguista a revelar a complexidade do sistema, nos mostra em sua teoria de que a linguagem é inata, pois é vista como uma dotação genética do ser humano, o sujeito faz uso da sua competência linguística através de uma performance, também hereditária.
               A teoria Interacionista de VYGOTSKI considera que  aquisição da linguagem se dá através da interação com o ambiente que a criança está inserida, é um processo pessoal e ao mesmo tempo social. A linguagem não é apenas uma expressão do conhecimento adquirido pela criança, entre pensamento e palavra existe uma inter-relação fundamental, em que a linguagem tem um papel essencial na formação do pensamento do caráter do indivíduo. Para Vygotski os balbucios e o choro da criança nos primeiros anos de vida são estágios do desenvolvimento da fala que não tem relação com a evolução do pensamento, sendo consideradas como manifestações do comportamento emocional, ressalta ainda que a descoberta mais importante da criança se dá por volta dos dois anos de idade, quando as curvas da evolução do pensamento e da fala se cruzam e unem-se para formar uma nova forma de comportamento, surgindo assim a fala racional ou pensamento verbal, neste período a criança percebe que cada coisa tem um nome, um signo ou um significado. Sendo assim a aquisição da linguagem e seu desenvolvimento possibilitam o avanço cognitivo.
                  A aquisição da fala sobre a visão de STERNBERG, nos traz que para a criança adquirir a linguagem envolve um dom natural, modificado pelo ambiente, desde o primeiro dia de vida, os bebês parecem estar programados para sintonizar com seu ambiente linguístico, com o objetivo específico de adquirir a linguagem.
                    Para concluir ao realizar o estudo sobre a aquisição da linguagem, conhecemos e identificamos estudiosos sobre o assunto, e pude entender que cada um teve uma visão, conforme o seu tempo e seus estudos frente a esta teoria importante para nós educadores, é fundamental entendermos como se dá a aquisição da linguagem no desenvolvimento dos indivíduos.

Referência:
SILVA, Samanta Demétrio . Aquisição da Linguagem. Webartigos, Porto Alegre, p. 01 - 12, 2010. Disponível em: https://www.webartigos.com/artigos/aquisica-da-linguagem/43208. Acesso em: 01 jul. 2018.

Observação de prática da alfabetização na EJA.

 Numa das atividades propostas da Interdisciplina da EJA, no curso do PEAD - UFRGS- 2018, fomos convidadas a realizar uma observação de uma turma na educação de jovens e adultos.
      Optamos para observar uma turma de EJA na Escola Municipal de Ensino Fundamental Vila Monte Cristo. Esta está situada no bairro Vila Nova, na zona sul de Porto Alegre, foi uma conquista da população no orçamento participativo  de 1992, iniciou suas atividades em 1995. Atualmente e escola atende os três turnos, Ensino Fundamental e a Educação de Jovens e Adultos, trabalhando com alunos de inclusão.
        Os alunos dividem a sala de aula com uma turma de alfabetização do diurno, então este espaço tem algumas atividades fixadas na parede da sala com por exemplo alfabeto entre outros. 
        A turma observada é composta por 22 alunos, este número é muito significativo para uma turma de EJA, e estes conforme o relato da professora, são alunos bem assíduos dificilmente faltam as aulas, a faixa etária que encontramos vai de 35 a 69 anos, com três alunos de inclusão sendo: um com esquizofrenia, duas deficiências cognitivas severas. 
       Para a professora Mara Denise Mattos, é uma experiência nova, pois foi convidada pelo diretor da escola a assumir esta turma de alfabetização neste ano, na conversa com a mesma nos transmitiu o encantamento de trabalhar com a EJA, e também observamos que a relação aluno/professor é baseado no afeto e na troca de diálogo, a professora Mara conhece a história de cada um de seus educandos, e demonstra muito conhecimento sobre a alfabetização destes jovens e adultos.  
        A avaliação é composta por um ditado e a escrita de uma redação, conforme o resultado da mesma estes avançam para a outra etapa, outra turma com uma nova professora, este processo nos mostra que a escrita do jovem e o adulto refere-se a mesma sequencia de aprendizagem da aquisição da escrita da criança.
        A modalidade EJA, tem como finalidade trazer estes alunos ao contexto escolar, a modo de motivá-los a ir em busca de seus objetivos aprendendo a ler e escrever, e a modificar sua realidade. 
             Em conversa com um destes alunos, nos relatou que queria aprender a ler e a escrever, pois tem o sonho de tirar carteira de motorista, para arrumar um emprego melhor e poder pegar a estrada com sua família.
              Conhecer este contexto escolar esta modalidade de ensino foi de grande valia, pois pude vivenciar na prática o que muitas vezes aprendemos na teoria, confesso que fiquei encantada com esta turma que conheci, a simplicidade e a integração deste grupo,me pareceu que além de ser uma turma que está em busca de aprendizagem, está também para trocar experiências, pude perceber que todos são muito amigos, trocam, conversam e um ajuda o outro, num espaço onde o diálogo prevalece. Encerro esta postagem com a citação de PASSOS (2016, p. 242). "Há um papel pedagógico e político nesse processo: troca de saberes, interlocução, compartilhamento solidário."
  



Referência:
PASSOS, Luís Augusto. Leitura de Mundo. Verbetes do Dicionário Paulo Freire. STRECK, Danilo R;  REDIN, Euclides, ZITKOSKI, Jaime José. Dicionário Paulo Freire. Belo Horizonte: Autêntica Editora. 2016. 3ª edição.
                                     


quinta-feira, 28 de junho de 2018

A alfabetização de jovens e adultos.


      O texto de Hara nos traz muitos esclarecimentos quanto à alfabetização de jovens e adultos, estes que após alguns anos fora da escola decidem retornar, muitas vezes são trabalhadores que estão situados nos postos de desgaste físico, permitem-se estar dispostos a sua formação, vencendo muitas vezes o cansaço significativo. A educação dos jovens e adultos vai além de interpretar códigos da aprendizagem de leitura, pois é importante levar os alunos a refletir sobre a sua realidade e sobre o seu mundo.
      A aprendizagem da leitura e da escrita se coloca como um processo. Para Freire a aprendizagem é dinâmica e ativa, pois o homem é um sujeito na construção do seu conhecimento sobre a escrita, pois o aprender a ler e escrever não é apenas memorizar, mas sim refletir criticamente sobre este processo e sobre o profundo significado da linguagem.
A alfabetização é um processo que leva ao domínio do código escrito; os estudos psicolinguísticos mostram que há etapas cognitivas que o sujeito do processo passa para construir o domínio do código escrito. (HARA, 1992, p. 8)
       A autora neste trecho nos explica que o sujeito constrói seus conhecimentos no decorrer da vida, em diferentes momentos e em diferentes situações de vivência e a escrita é um destes conhecimentos. Segundo as investigações de Ana Teberoski e Emília Ferreiro, constataram que os adultos aprendem como as crianças, encontraram os mesmos estágios de concepção sobre a escrita, como a escrita pré-silábica, silábica, silábico-alfabética e alfabética. Por este motivo é importante fazer um levantamento do que os alunos já trazem e sabem a modo de fundamentar as ações pedagógicas.
     A utilização temas geradores, proposta metodológica fundamentada por Pulo Freire, onde  parte de levantamentos de assuntos de interesse dos educandos, valorizando sua bagagem cultural e seus conhecimentos, possibilitando a interatividade num ambiente onde o diálogo prevalece e a troca de conhecimentos também estão presentes.   
      Para trabalhar com a realidade dos educandos não devemos nos deter apenas a palavras que os alunos já conhecem, mas sim ao contexto que estes estão inseridos, pois é importante que o sujeito esteja em situações de conflito, de desafios pra pensar e modificar suas estruturas de conhecimentos anteriores, por este motivo o professor auxilia no processo de ensino/aprendizagem,  dando autonomia a modo de que o aluno busque e encontre suas respostas.

Referência:
HARA, Regina. Alfabetização de adultos: ainda um desafio. 3. ed. São Paulo: CEDI, 1992.

quarta-feira, 27 de junho de 2018

Jovens e Adultos como sujeitos de aprendizagem e conhecimentos.


           
        Os alunos da educação EJA, são pessoas que por algum motivo não frequentaram a escola na idade apropriada, muitos por necessidade de ter que trabalhar para ajudar na renda da família, enquanto outros não puderam estudar para ajudar a cuidar dos irmãos mais novos e também em outros casos devido ao fracasso escolar. Referente a prática pedagógica o professor deverá considerar toda a experiência que o aluno traz e a partir desta experiência, preparar as suas aulas, para que assim o aluno da EJA sinta-se a vontade no ambiente escolar, respeitando o tempo que cada um tem para aprender, levando o aluno a fazer reflexões com os conteúdos que aprende, com a sua realidade e cotidiano, ampliando seus conhecimentos a fim de melhorar sua qualidade de vida. 
         A linguagem e pensamento dos alunos da EJA já estão desenvolvidos, pois são sujeitos históricos, sociais e com suas próprias identidades culturais, sendo capazes de construir conhecimentos e aprendizado. As aprendizagens dos sujeitos da EJA inicia-se muito antes de entrarem na escola, quando aprendem a lidar com situações, com as necessidades e as exigências do seu cotidiano na sociedade. Dentre as dificuldades que os alunos encontram na sala de aula, no meu ponto de vista o principal é a falta de um modelo de ensino flexível, um distanciamento dos conteúdos com a realidade dos alunos. Como nos mostra a pesquisa da autora OLIVEIRA (1999), os alunos que pertencem a diferentes grupos culturais (relações de classe, econômicas, etárias, étnicas, religiosas etc.) provocam diferenças no funcionamento cognitivo, pois os alunos que frequentaram pouco as escolas apresentam pensamentos baseado em suas experiências individuais e nas relações real do seu cotidiano, já aqueles que frequentaram a escola por mais tempo e são pessoas que trabalham em diferentes áreas, como é o caso das pessoas de sua pesquisa onde ela denominou de “focos de competência”, são pessoas que concentram muitas habilidades necessárias para lidarem com problemas mais significativos. 
        É importante ressaltar, para que o trabalho da EJA seja bem sucedido, deve-se respeitar e valorizar os conhecimentos que os alunos trazem e suas diferenças culturais, a modo de contextualizar os conteúdos de ensino com a realidade dos educandos, sob uma perspectiva sociocultural.


Referência:
IN: REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO Set/Out/Nov/Dez 1999 nº 12. Trabalho apresentado na XXII Reunião Anual da ANPEd, Caxambu, seembro de 1999. Disponível em: https://moodle.ufrgs.br/puginfile.php/2413786/mod_resource/content/2/RBDE12_06_MARTA_KOHL_DE_OLIVEIRA.pdf. Última visualização: 27/06/2018.



Conceito e funções da EJA.



A EJA de acordo com a Lei 9.394/96, passa a ser uma modalidade de educação básica nas etapas do ensino fundamental e médio, usufruindo de uma especificidade própria que caracteriza-se com uma proposta pedagógica flexível com um modelo próprio a fim de atender as necessidades dos alunos da EJA, respeitando as diferenças, os conhecimentos prévios dos alunos, estes adquiridos a partir de suas vivência diárias e de suas histórias de vida, oportunizando a todos a atualização de seus conhecimentos e novas oportunidades.
As funções da Educação de Jovens e Adultos:
A função reparadora surge para reparar uma desigualdade histórica, onde estes alunos no passado não tiveram acesso à educação pelas suas condições de subalternas de trabalho, não tendo a possibilidade de progredir nos estudos, como afirma Jamil Cury (2000, p. 9) "Neste momento a igualdade perante a lei, ponto de chegada da função reparadora, se torna um novo ponto de partida para a igualdade de oportunidades."  
A função equalizadora surge para dar cobertura aos trabalhadores e a tantos outros segmentos sociais, a reentrada ao sistema educacional, possibilitando a estes indivíduos o ato de adquirir conhecimentos, mais reconhecimento de suas potencialidades, de suas histórias de vida e experiências sócio-culturais.
A função qualificadora, refere-se a qualificação, pois quando indivíduo se qualifica por meio de estudos, este adquire maiores chances de trabalho, de desenvolvimento de suas habilidades ou de novas descobertas e avança potencialmente na própria vida.
Segundo o relator Jamil Cury: 
Muitos jovens ainda não empregados, desempregados, empregados em funções precárias e vacilantes podem encontrar nos espaços e tempos da EJA, seja nas funções  de reparação e de equalização, seja na função qualificadora, um lugar de melhor capacitação para o mundo do trabalho e para a atribuição de significados às experiências socioculturais trazidas por eles. (2000, p. 11)
          As funções da EJA visa a inserção dos educandos num modelo de educação de qualidade e inovador, num modelo pedagógico com um currículo variado, respeitando os conhecimentos construídos por estes jovens e adultos ao longo de sua vida, pensando em formar cidadãos críticos e  ativos na sociedade.


Referência:
Parecer CEB no 11/2000 - Parecer Jamil Cury - Diretrizes Curriculares Nacionais da EJA. Disponível em:https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/2381340/mod_resource/content/3/parecer_11_2000-anotado.pdf. Visualizado em: 27/06/2018.



quinta-feira, 21 de junho de 2018

Inovações Pedagógicas

As Inovações Pedagógicas rompem com paradigmas, principalmente com a forma tradicional de ministrar as aulas, rompe com o modelo empirista de ensino/aprendizagem, onde o professor ensina e o aluno aprende num processo de repetição, memorização e padronização de conhecimentos. Em certas situações ainda há profissionais de educação que podem até utilizar ferramentas digitais em suas aulas, mas continuam ensinando os conteúdos de forma tradicional, utilizando de modelos matemáticos como sendo únicos modos de produzir conhecimentos.      
 Portanto podemos dizer que a novidade surge no processo de conhecer: quanto mais profundamente conhecemos algo, quanto mais for a rede de relações que conseguirmos criar, tanto maior serão as possibilidades de surgimento de novidades, o que pode provocar a inovação, justamente em função das diferenciações e das interações presentes na constituição dessa rede de relações, a qual implica constantes rupturas paradigmáticas.  (SCHLEMMER, 2006, p.39).
No entanto a inovação transforma a ação humana, que se dá através de trocas com o outro e com o meio que o sujeito está inserido. Através de um tempo cronológico e histórico estas inovações vem ganhando espaços, nas instituições de ensino, nas famílias nas indústrias entre outros.
As inovações pedagógicas não pressupões apenas a inclusão de novidades, mas consiste em inovar as práticas pedagógicas, possibilitando mudanças na forma de entender o conhecimento, apostando em novidades, utilizando as ferramentas tecnológicas, propondo e despertando nos alunos novas descobertas.
Entendo a importância de inovar nossas práticas pedagógicas, pois as coisas mudam o tempo todo e por este motivo é quase impossível na atualidade, os professores trabalharem de forma tradicional, no meu ponto de vista é necessário o professor estar aberto para mudanças e inovações a modo de transformar suas aulas. 


Referência:
SCHLEMMER, Eliane. O professor e o mundo da escola: O trabalho do professor e as novas tecnologias. Revista textual. Porto Alegre, v.1 n.8, p. 33 - 42, set.2006. Disponível em:  https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/2425153/mod_resource/content/4/SCHLEMMER_O%20trabalho%20do%20professor%20e%20as%20novas%20tecnologias.pdf. Ultima visualização em: 21/06/2018.


domingo, 17 de junho de 2018

O professor e as inovações pedagógicas.


Viemos de uma infância e adolescência mergulhada em uma era analógica, onde na escola eram usados como recurso o quadro negro, giz, cadernos, lápis e borracha entre outros, esta geração analógica ficou conhecida como “imigrantes digitais”, geração que não mexe se não estraga, muitas vezes quando alguma nova tecnologia era lançada nós crianças não podíamos mexer para não estragar, pois eram objetos caros e não havia muitas pessoas que pudessem consertar, caso fossem estragados.
 Hoje nos deparamos com outra realidade, às crianças dominam muito bem as tecnólogas existentes, mexem para ver como funciona, uma geração da era digital, conhecidos como “nativos digitais”.
Diante de muitos avanços tecnológicos, cabe ao professor repensar suas práticas e adaptar-se a esta realidade da educação, usando as ferramentas digitais a modo de orientar seus alunos a utilização de forma contextualizada e colaborativa.
O professor deve pensar na inovação de suas aulas, não apenas acreditar que levar os alunos no laboratório e deixar que fiquem livres para que possam mexer nos computadores, é o suficiente. Mas em propor aulas que levem os alunos a construir seus conhecimentos usando e dominando as tecnologias.
Entendendo que o aluno é responsável pela construção de seu conhecimento, o professor deve propor atividades que provoque desiquilíbrio do sistema de significação do sujeito, rompendo com paradigmas e valorizando a cultura dos alunos e seus conhecimentos prévios, trabalhando com assuntos que realmente os interessa. Como afirma:

[...] isso é percebido pelo sujeito que tenta adaptar o novo ao que ele já conhece, consistindo na própria deformação do objeto, necessária para que o sujeito possa dar significado, e, portanto aprender, conhecer. Pode ainda ocorrer que essa tecnologia, em função de seu desenho, características, possa ser suficientemente provocadora, de forma que o sujeito não encontre resposta no que já conhece capaz de dar conta da apropriação do “novo”, provocando, assim, desequilíbrios no sistema de significação do sujeito, exigindo dele novos conhecimentos, novos paradigmas, o que pode implicar inovação. (SCHLEMMER,2006, p. 39).

Ao utilizar as tecnologias em sala de aula também desenvolvemos a autonomia dos alunos, a modo de leva-los a trabalharem com pesquisas, incentivando-os a fazer reflexões sobre assuntos que lhes interessa, não ficando condicionados a copiar e colar, mas em tornar-se reflexivos e construtores de seus conhecimentos, utilizando os meios analógicos e digitais que possam auxiliar nesta construção.
As inovações tecnológicas exige do professorer novas ideias para a criação de novos conhecimentos, de forma a tornar-se transformadores com o apoio das tecnologias, mudando os paradigmas das aulas tradicionais, o professor precisa estar aberto a mudanças e inovações, reestruturando suas práticas pedagógicas.  

Referência:
SCHLEMMER, Eliane. O professor e o mundo da escola: O trabalho do professor e as novas tecnologias. Revista Textual, Porto Alegre, v.1 n.8, p.33 – 42, set. 2006. Disponível em: https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/2425153/mod_resource/content/4/SCHLEMMER_O%20trabalho%20do%20professor%20e%20as%20novas%20tecnologias.pdf Última visualização: 17/junho/2018.
Imagem retirada do google. 



quinta-feira, 14 de junho de 2018

Atividade Hora do Conto

Na Interdisciplina de Didática do curso PEAD da UFRGS,  fomos convidadas a planejar e desenvolver uma atividade com os alunos, este trabalho foi proposto para ser realizado em grupo, trabalhei com mais duas colegas Cláudia e Nanci, onde decidimos contar para os alunos a história de Léia Cassol, "Ana, o cachorro e a boneca", as crianças participaram e demonstraram interesse, ao repetir e ajudar a contar a história, desenvolveram a linguagem, a memória e a atenção, ainda despertaram a criatividade ao produzirem uma máscara, utilizando cola colorida e materiais de sucata. 


PLANO DE TRABALHO DOCENTE
Instituição de Educação Infantil Nossa Senhora Aparecida.
Professoras: Cláudia Saraiva, Marina Ferreira e Nanci Andrade.
Turma: Jardim A. 

Conteúdos:
Português, matemática, história, geografia e ciências, artes, diversidade.

OBJETIVO GERAL:
Despertar o interesse para ouvir a história, identificando os diferentes temas e elementos presentes no livro Ana, o cachorro e a boneca, de Léia Cassol, oportunizando momentos de reflexão sobre a história e respeitando as diferenças decorrentes dessas, essenciais no processo de construção da identidade.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS (conceituais, atitudinais e procedimentais):  
  Motivar a atenção e a concentração através de ouvir a história;
  Promover o interesse e a reflexão;
  Identificar/reconhecer e nomear os elementos constantes na história e suas funções, conhecer as semelhanças e as diferenças;
    Estabelecer relações com o seu cotidiano;
    Exercitar a linguagem oral e a criatividade;
    Expressar-se livremente através da produção gráfico-plástica;
    Respeitar as diferenças.

DESCRIÇÃO DE CADA UMA DAS ESTRATÉGIAS DE ENSINO
 Rodinha: contação da história, Ana, o cachorro e a boneca, utilizando o livro de Léia Cassol;
 Conversar com as crianças sobre a história que ouviram;
 Atividade: Sugerir desenhar. pintar, recortar uma máscara;
    Disponibilizar o livro, o jogo, o tambor, as bonecas para manuseio e brincadeiras com mediação. 

RECURSOS NECESSÁRIOS                                                                                                                      Livro, boneca de pano (Ana), cachorro de pelúcia, jogo (caixa de ovo), tambor, boneca da Ana (abayome), folhas de ofício, giz de cera e tesoura.     
   
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM (CRITÉRIOS E INSTRUMENTOS)
A avaliação será através da observação do interesse e envolvimento dos alunos nas atividades propostas.                                        




Referência:
CASSOL, Léia. Ana, o cachorro e a boneca. Ed. Cassol, Porto Ale 2014.

domingo, 3 de junho de 2018

E uma das atividades da Interdisciplina de Didática, planejamento e avaliação, fomos convidadas a realizar a leitura do texto "O menininho" de Helen Bucklen, através do texto pude refletir  sobre a importância  do papel do professor, onde este pode ser um grande incentivador despertando a  criatividade e a curiosidade dos educandos, assim como também pode podar o desenvolvimento das crianças, sem estímulos formando seres que não serão capazes de opinar e sem autonomia, sempre a espera de cumprir ordens. O texto ainda nos leva a reflexões de dois modelos pedagógicos existentes nestes ambientes escolares, o primeiro refere-se a pedagogia diretiva, onde o professor dita para o aluno o que deve ser feito, e a segunda a pedagogia relacional, onde a sala de aula é um espaço de construção e descoberta do novo.
No meu ponto de vista é necessário que os alunos sintam-se envolvidos no processo de ensino/aprendizagem, onde o diálogo prevaleça e os alunos sejam desafiados e aprendam uns com os outros inseridos num espaço de trocas, onde relatam o que aprenderam, desenvolvendo assim sua criatividade e autonomia.                                                                                  Como educadora procuro trabalhar com o que os alunos trazem para sala de aula, levando -os a entenderem que eles tem voz no ambiente escolar, que são ouvidos e que desta forma podem tornar-se seres críticos e capazes de criar e produzir algo novo, construindo seus próprios conhecimentos, explorando sua criatividade, desenvolvendo sua autoestima e sua autonomia através dos desafios propostos, despertando a curiosidade dos alunos num ambiente descontraído com muitas brincadeiras e jogos.


Texto:


                              “O menininho”
Helen Buckley

Era uma vez um menininho bastante pequeno que contrastava com a escola bastante grande.
Quando o menininho descobriu que podia ir à sala caminhando pela porta da rua, ficou feliz. A escola não parecia tão grande quanto antes.
Uma manhã a professora disse:
- Hoje nós iremos fazer um desenho.
“Que bom!”, pensou o menininho. Ele gostava de desenhar. Leões, tigres, galinhas, vacas, trens e barcos... pegou sua caixa de lápis de cor e começou a desenhar.
- Esperem, ainda não é hora de começar!
Ela esperou até que todos estivessem prontos.
- Agora, nós iremos desenhar flores.
E o menininho começou a desenhar bonitas flores com seus lápis rosa, laranja e azul.
- Esperem, vou mostrar como fazer.
E a flor era vermelha com o caule verde.
- Assim, disse a professora, agora vocês podem começar.
O menininho olhou para a flor da professora, então olhou para a sua flor. Gostou mais da sua flor, mas não podia dizer isto... virou o papel e desenhou uma flor igual a da professora. Era vermelha com o caule verde.
No outro dia, quando o menininho estava ao ar livre, a professora disse:
- Hoje nós iremos fazer alguma coisa com o barro.
“Que bom!” pensou o menininho. Ele gostava de trabalhar com o barro. Podia fazer com ele todos os tipos de coisas: elefantes, camundongos, carros e caminhões. Começou a juntar e amassar sua bola de barro.
- Esperem, não é hora de começar!
Ela esperou até que todos estivessem prontos.
- Agora nós iremos fazer um prato.
“Que bom!”, pensou o menininho. Ele gostava de fazer pratos de todas as formas e tamanhos.
- Esperem, vou mostrar como se faz. Assim... Agora vocês podem começar.
E o prato era fundo. Um lindo e perfeito prato fundo.
O menininho olhou para o prato da professora, olhou para o próprio prato e gostava mais do seu, mas ele não podia dizer isso... amassou seu barro numa grande bola novamente e fez um prato fundo, igual ao da professora.
E muito cedo o menininho aprendeu a esperar e a olhar e a fazer as coisas exatamente como a professora. E muito cedo ele não fazia mais as coisas por si próprio.
Então, aconteceu que o menininho teve que mudar de escola... 


Esta escola era ainda maior que a primeira.
Ele tinha que subir grandes escadas até a sua sala...


Um dia a professora disse:
- Hoje nós vamos fazer um desenho.
“Que bom!”, pensou o menininho. E esperou que a professora dissesse o que fazer. Ela não disse. Apenas andava pela sala. Quando veio até o menininho falou:
- Você não quer desenhar?
- Sim. O que é que nós vamos fazer?
- Eu não sei, até que você o faça.
-Como eu posso fazer?
- Da maneira que você gostar.
- E de que cor?
- Se todo mundo fizer o mesmo desenho e usar as mesmas cores, como eu posso saber qual o desenho de cada um?
- Eu não sei!
E começou a desenhar uma flor vermelha com um caule verde...



sábado, 26 de maio de 2018

Escolas Democráticas Eixo VII


Na primeira aula do eixo VII, do curso de Pedagogia á distancia da UFRGS, foi proposto  pela interdisciplinar do Seminário Integrador VII, assistir o curta “Escolas Democráticas”  onde nos mostrou muitas situações do cotidiano escolar, que me levou a refletir sobre o cotidiano   escolar.


                 Dentre várias cenas o que mais me chamou a atenção foi a questão do tempo cronometrado em cada aula, os conteúdos são despejados sem que os alunos possam refletir sobre o que estão aprendendo, o papel do professor é apenas repassar os conteúdos, e estes não tem espaços de trocas e de aprendizagens mais significativas. Os professores trabalham com uma pedagogia diretiva, fica claro o papel do professor tradicional, onde suas aulas são organizadas com as carteiras enfileiradas e afastadas umas das outras, acreditando que apenas eles são responsáveis de produzir algum conhecimento novo nos alunos, onde ele fala e os alunos escutam, acreditando que o aluno é uma tábula rasa, como afirma Becker (2012) “Segundo a epistemologia que subjaz à prática desse professor, o indivíduo ao nascer, nada tem em termos de conhecimento: é uma folha de papel em branco; é tábula rasa.” O aluno então submete-se a fala do professor, deve prestar a atenção, permanecer em silêncio e repetir o que lhe é transmitido.   
          
                       Quanto ao tempo, comparando com a realidade da escola que atualmente atuo, onde há horário que devemos cumprir como lanche, almoço, soninho entre outros que fazem parte da rotina escolar, muitas vezes ao cumprir com a esta rotina não temos tempo para aproveitar e despertar no aluno alguma curiosidade, estamos condicionados a cumprir com horários e regras estipuladas pela escola. Devemos ´pensar em uma escola mais democrática, onde há a participação de todos, sendo este um espaço aberto, abrindo este  para os alunos, pais, professores e demais funcionários, que todos possam opinar, para que haja transformações significativas no ambiente escolar.
              
                        Outra comparação que trago sobre o curta é com o texto de Rubem Alves, que nos fala sobre as escolas que são Gaiolas:


 “Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados têm sempre um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo.                             (Rubem Alves)

                      De acordo com o autor em sua obra, existem escolas que são gaiolas, onde prendem os alunos a um modelo educacional ultrapassado, não dando espaço para o desenvolvimento das habilidades e aptidões dos alunos, podendo prejudica-los.
           Acredito que a mudança comece pelo interesse dos professores em buscar mais conhecimentos, através de estudos e cursos, para que sintam-se encorajados a mudar e aos poucos ir transformando o espaço e o tempo escolar dando mais oportunidades para os alunos, desempenhando um papel de facilitador do processo de ensino/aprendizagem.
Fernando Becker fala no vídeo do TED x UNISINOS, “mais laboratório e menos auditório”, pois hoje ainda há muitas escolas onde o aluno é visto como um repetidor o professor chega à sala de aula e despeja os conteúdos, e os alunos apenas realizam cópias, muitas vezes até decoram conteúdos para irem apresentar um bom desempenho nas avaliações. Já pensando em laboratórios nele o aluno é capaz de se tornar um criador, um produtor sendo um protagonista de sua aprendizagem.

Referências:

Escola- Mais laboratório e menos auditório/Fernando Becker/TED x Unisinos, TED x Talks. Pubricado em 14 de Jul de 2016, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=xjfKBGIHPjs Acesso em 14/03/2018.

BECKER, Fernando. Educação e construção do conhecimento. 2ª ed.- Porto Alegre: Penso, 2012.

ALVES, Rubem. Gaiolas ou asas? In: ALVES, Rubem. Por uma educação romântica. Campinas: Papirus, 2002, p. 29-32.  








quinta-feira, 10 de maio de 2018

Tecnologias

       Na interdisciplina de Educação e Tecnologia da Comunicação e da Informação do Curso do PEAD da UFRGS, fomos convidadas para construir uma linha do tempo em relação ao avanço das tecnologias em nossa educação, iniciando pela educação infantil. Através desta atividade muitas lembranças surgiram, como no início principalmente na Educação Infantil eram usados como recursos materiais simples e importantes para a educação da época, iniciei os estudos nos anos 80 e o que lembro era o uso de materiais como giz de cera, tinta temperas,lápis de cor, para a produção de desenhos. Com o passar dos anos outros recursos fui conhecendo, como quadro negro, giz branco, cadernos, lápis, borracha e canetas, estes importantes para serem usados em sala de aula. As tecnologias foram cada vez mais tomando espaço do ambiente escolar, no ensino fundamental e médio, outros recursos eram utilizados como o projetor de imagens, computadores, celulares entre outros.
         Como aluna do PEAD, identifico a importância de utilizar os recursos tecnológicos para aprendizagem, pois através do uso do computador, de celulares, estes então muitas vezes utilizados para realizar pesquisas e trocar experiências e aprendizagens com colegas de curso. Como professora de Educação Infantil utilizo as tecnologias a modo de envolver os alunos, procuro usar o computador, televisão, aparelho de som, para proporcionar alguma atividade diferenciada, proponho atividades onde uso  como recursos vídeos e músicas.     
         Estas modernas tecnologias estão presentes no dia a dia dos estudantes e ainda devem ser aproveitadas no ambiente escolar, para que as aulas sejam diversificadas, criativas e mais atraentes para a aprendizagem dos alunos, a escola precisa acompanhar o ritmo de mudanças, em propor aulas mais modernas onde atendam ao comportamento e ao perfil dos alunos.

Fonte de imagem, retirada do google em 10/05/2018.
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terça-feira, 24 de abril de 2018

Reflexão sobre a escrita no blog.

Apesar de estar no sétimo semestre do curso á distância de Pedagogia da UFRGS, ainda sinto um pouco de insegurança para realizar postagens no Blog, tenho algumas dúvidas sobre o que postar, por este motivo demoro muito para produzir algum bom texto reflexivo. 
Mas acredito que o blog é muito importante, principalmente na produção da síntese reflexiva do final do semestre. No semestre passado recorri a muitos textos que produzi no blog, onde acrescentaram muito na produção do meu documento final. 
Entendo a importância de realizar boas reflexões, em produzir um bom texto para ser postado, e penso ainda que preciso criar o hábito de escrever com mais frequência, pois o exercício de escrever para o blog, só tem a nos acrescentar. 

sábado, 24 de março de 2018

Eixo VII

Iniciamos mais um semestre de novas aprendizagens, já estamos  VII semestre do curso de pedagogia à distancia da UFRGS, falta pouco para alcançar o tão esperado diploma, e sentir-se mais preparada para melhor atender e atuar na educação, estou muito ansiosa e com aquele frio na barriga, para enfrentar estes desafios que o semestre irá nos propor, desejo a todos, professores, tutores e colegas um excelente e produtivo semestre. 



"Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no     trabalho, na ação-reflexão."                                                                                                                                             (Paulo Freire)