domingo, 1 de julho de 2018

Observação de prática da alfabetização na EJA.

 Numa das atividades propostas da Interdisciplina da EJA, no curso do PEAD - UFRGS- 2018, fomos convidadas a realizar uma observação de uma turma na educação de jovens e adultos.
      Optamos para observar uma turma de EJA na Escola Municipal de Ensino Fundamental Vila Monte Cristo. Esta está situada no bairro Vila Nova, na zona sul de Porto Alegre, foi uma conquista da população no orçamento participativo  de 1992, iniciou suas atividades em 1995. Atualmente e escola atende os três turnos, Ensino Fundamental e a Educação de Jovens e Adultos, trabalhando com alunos de inclusão.
        Os alunos dividem a sala de aula com uma turma de alfabetização do diurno, então este espaço tem algumas atividades fixadas na parede da sala com por exemplo alfabeto entre outros. 
        A turma observada é composta por 22 alunos, este número é muito significativo para uma turma de EJA, e estes conforme o relato da professora, são alunos bem assíduos dificilmente faltam as aulas, a faixa etária que encontramos vai de 35 a 69 anos, com três alunos de inclusão sendo: um com esquizofrenia, duas deficiências cognitivas severas. 
       Para a professora Mara Denise Mattos, é uma experiência nova, pois foi convidada pelo diretor da escola a assumir esta turma de alfabetização neste ano, na conversa com a mesma nos transmitiu o encantamento de trabalhar com a EJA, e também observamos que a relação aluno/professor é baseado no afeto e na troca de diálogo, a professora Mara conhece a história de cada um de seus educandos, e demonstra muito conhecimento sobre a alfabetização destes jovens e adultos.  
        A avaliação é composta por um ditado e a escrita de uma redação, conforme o resultado da mesma estes avançam para a outra etapa, outra turma com uma nova professora, este processo nos mostra que a escrita do jovem e o adulto refere-se a mesma sequencia de aprendizagem da aquisição da escrita da criança.
        A modalidade EJA, tem como finalidade trazer estes alunos ao contexto escolar, a modo de motivá-los a ir em busca de seus objetivos aprendendo a ler e escrever, e a modificar sua realidade. 
             Em conversa com um destes alunos, nos relatou que queria aprender a ler e a escrever, pois tem o sonho de tirar carteira de motorista, para arrumar um emprego melhor e poder pegar a estrada com sua família.
              Conhecer este contexto escolar esta modalidade de ensino foi de grande valia, pois pude vivenciar na prática o que muitas vezes aprendemos na teoria, confesso que fiquei encantada com esta turma que conheci, a simplicidade e a integração deste grupo,me pareceu que além de ser uma turma que está em busca de aprendizagem, está também para trocar experiências, pude perceber que todos são muito amigos, trocam, conversam e um ajuda o outro, num espaço onde o diálogo prevalece. Encerro esta postagem com a citação de PASSOS (2016, p. 242). "Há um papel pedagógico e político nesse processo: troca de saberes, interlocução, compartilhamento solidário."
  



Referência:
PASSOS, Luís Augusto. Leitura de Mundo. Verbetes do Dicionário Paulo Freire. STRECK, Danilo R;  REDIN, Euclides, ZITKOSKI, Jaime José. Dicionário Paulo Freire. Belo Horizonte: Autêntica Editora. 2016. 3ª edição.
                                     


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