O texto de Hara nos
traz muitos esclarecimentos quanto à alfabetização de jovens e adultos, estes
que após alguns anos fora da escola decidem retornar, muitas
vezes são trabalhadores que estão situados nos postos de desgaste físico, permitem-se
estar dispostos a sua formação, vencendo muitas vezes o cansaço significativo.
A educação dos jovens e adultos vai além de interpretar códigos da aprendizagem
de leitura, pois é importante levar os alunos a refletir sobre a sua realidade
e sobre o seu mundo.
A aprendizagem da
leitura e da escrita se coloca como um processo. Para Freire a aprendizagem é
dinâmica e ativa, pois o homem é um sujeito na construção do seu conhecimento
sobre a escrita, pois o aprender a ler e escrever não é apenas memorizar, mas
sim refletir criticamente sobre este processo e sobre o profundo significado da
linguagem.
A alfabetização é um processo que leva ao domínio do código escrito; os
estudos psicolinguísticos mostram que há etapas cognitivas que o sujeito do
processo passa para construir o domínio do código escrito. (HARA, 1992, p. 8)
A
autora neste trecho nos explica que o sujeito constrói seus conhecimentos no
decorrer da vida, em diferentes momentos e em diferentes situações de vivência
e a escrita é um destes conhecimentos. Segundo as investigações de Ana
Teberoski e Emília Ferreiro, constataram que os adultos aprendem como as
crianças, encontraram os mesmos estágios de concepção sobre a escrita, como a
escrita pré-silábica, silábica, silábico-alfabética e alfabética. Por este
motivo é importante fazer um levantamento do que os alunos já trazem e sabem a
modo de fundamentar as ações pedagógicas.
A utilização temas geradores, proposta metodológica fundamentada por Pulo Freire, onde parte de levantamentos de assuntos de interesse dos educandos, valorizando sua bagagem cultural e seus conhecimentos, possibilitando a interatividade num ambiente onde o diálogo
prevalece e a troca de conhecimentos também estão presentes.
Para trabalhar com a
realidade dos educandos não devemos nos deter apenas a palavras que os alunos
já conhecem, mas sim ao contexto que estes estão inseridos, pois é importante
que o sujeito esteja em situações de conflito, de desafios pra pensar e
modificar suas estruturas de conhecimentos anteriores, por este motivo o professor auxilia no processo de ensino/aprendizagem, dando autonomia a modo de que o aluno busque e
encontre suas respostas.
Referência:
HARA, Regina. Alfabetização
de adultos: ainda um desafio. 3. ed. São Paulo: CEDI, 1992.
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