Na primeira aula do eixo VII, do curso de Pedagogia á distancia da UFRGS, foi proposto pela interdisciplinar do Seminário Integrador VII, assistir o curta “Escolas Democráticas”, onde nos mostrou muitas situações do cotidiano escolar, que me levou a refletir sobre o cotidiano escolar.
Dentre
várias cenas o que mais me chamou a atenção foi a questão do tempo cronometrado
em cada aula, os conteúdos são despejados sem que os alunos possam refletir
sobre o que estão aprendendo, o papel do professor é apenas repassar os
conteúdos, e estes não tem espaços de trocas e de aprendizagens mais
significativas. Os professores trabalham com uma pedagogia diretiva, fica claro
o papel do professor tradicional, onde suas aulas são organizadas com as
carteiras enfileiradas e afastadas umas das outras, acreditando que apenas eles
são responsáveis de produzir algum conhecimento novo nos alunos, onde ele fala
e os alunos escutam, acreditando que o aluno é uma tábula rasa, como afirma
Becker (2012) “Segundo a epistemologia que subjaz à prática desse professor, o
indivíduo ao nascer, nada tem em termos de conhecimento: é uma folha de papel
em branco; é tábula rasa.” O aluno
então submete-se a fala do professor, deve prestar a atenção, permanecer em
silêncio e repetir o que lhe é transmitido.
Outra comparação que trago sobre o curta é com o texto de
Rubem Alves, que nos fala sobre as escolas que são Gaiolas:
“Escolas que são
gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros
engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los
para onde quiser. Pássaros engaiolados têm sempre um dono. Deixaram de ser
pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo. (Rubem Alves)
De acordo com o autor em sua obra,
existem escolas que são gaiolas, onde prendem os alunos a um modelo educacional
ultrapassado, não dando espaço para o desenvolvimento das habilidades e
aptidões dos alunos, podendo prejudica-los.
Acredito que a mudança comece pelo interesse dos professores
em buscar mais conhecimentos, através de estudos e cursos, para que sintam-se
encorajados a mudar e aos poucos ir transformando o espaço e o tempo escolar
dando mais oportunidades para os alunos, desempenhando um papel de facilitador
do processo de ensino/aprendizagem.
Fernando Becker fala no vídeo do TED x UNISINOS, “mais
laboratório e menos auditório”, pois hoje ainda há muitas escolas onde o aluno
é visto como um repetidor o professor chega à sala de aula e despeja os
conteúdos, e os alunos apenas realizam cópias, muitas vezes até decoram
conteúdos para irem apresentar um bom desempenho nas avaliações. Já pensando em
laboratórios nele o aluno é capaz de se tornar um criador, um produtor sendo um
protagonista de sua aprendizagem.
Referências:
Escola- Mais
laboratório e menos auditório/Fernando Becker/TED x Unisinos, TED x Talks.
Pubricado em 14 de Jul de 2016, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=xjfKBGIHPjs Acesso em 14/03/2018.
BECKER, Fernando. Educação e construção do conhecimento. 2ª
ed.- Porto Alegre: Penso, 2012.
ALVES,
Rubem. Gaiolas ou asas? In: ALVES, Rubem. Por uma educação romântica. Campinas:
Papirus, 2002, p. 29-32.
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