quinta-feira, 28 de junho de 2018

A alfabetização de jovens e adultos.


      O texto de Hara nos traz muitos esclarecimentos quanto à alfabetização de jovens e adultos, estes que após alguns anos fora da escola decidem retornar, muitas vezes são trabalhadores que estão situados nos postos de desgaste físico, permitem-se estar dispostos a sua formação, vencendo muitas vezes o cansaço significativo. A educação dos jovens e adultos vai além de interpretar códigos da aprendizagem de leitura, pois é importante levar os alunos a refletir sobre a sua realidade e sobre o seu mundo.
      A aprendizagem da leitura e da escrita se coloca como um processo. Para Freire a aprendizagem é dinâmica e ativa, pois o homem é um sujeito na construção do seu conhecimento sobre a escrita, pois o aprender a ler e escrever não é apenas memorizar, mas sim refletir criticamente sobre este processo e sobre o profundo significado da linguagem.
A alfabetização é um processo que leva ao domínio do código escrito; os estudos psicolinguísticos mostram que há etapas cognitivas que o sujeito do processo passa para construir o domínio do código escrito. (HARA, 1992, p. 8)
       A autora neste trecho nos explica que o sujeito constrói seus conhecimentos no decorrer da vida, em diferentes momentos e em diferentes situações de vivência e a escrita é um destes conhecimentos. Segundo as investigações de Ana Teberoski e Emília Ferreiro, constataram que os adultos aprendem como as crianças, encontraram os mesmos estágios de concepção sobre a escrita, como a escrita pré-silábica, silábica, silábico-alfabética e alfabética. Por este motivo é importante fazer um levantamento do que os alunos já trazem e sabem a modo de fundamentar as ações pedagógicas.
     A utilização temas geradores, proposta metodológica fundamentada por Pulo Freire, onde  parte de levantamentos de assuntos de interesse dos educandos, valorizando sua bagagem cultural e seus conhecimentos, possibilitando a interatividade num ambiente onde o diálogo prevalece e a troca de conhecimentos também estão presentes.   
      Para trabalhar com a realidade dos educandos não devemos nos deter apenas a palavras que os alunos já conhecem, mas sim ao contexto que estes estão inseridos, pois é importante que o sujeito esteja em situações de conflito, de desafios pra pensar e modificar suas estruturas de conhecimentos anteriores, por este motivo o professor auxilia no processo de ensino/aprendizagem,  dando autonomia a modo de que o aluno busque e encontre suas respostas.

Referência:
HARA, Regina. Alfabetização de adultos: ainda um desafio. 3. ed. São Paulo: CEDI, 1992.

quarta-feira, 27 de junho de 2018

Jovens e Adultos como sujeitos de aprendizagem e conhecimentos.


           
        Os alunos da educação EJA, são pessoas que por algum motivo não frequentaram a escola na idade apropriada, muitos por necessidade de ter que trabalhar para ajudar na renda da família, enquanto outros não puderam estudar para ajudar a cuidar dos irmãos mais novos e também em outros casos devido ao fracasso escolar. Referente a prática pedagógica o professor deverá considerar toda a experiência que o aluno traz e a partir desta experiência, preparar as suas aulas, para que assim o aluno da EJA sinta-se a vontade no ambiente escolar, respeitando o tempo que cada um tem para aprender, levando o aluno a fazer reflexões com os conteúdos que aprende, com a sua realidade e cotidiano, ampliando seus conhecimentos a fim de melhorar sua qualidade de vida. 
         A linguagem e pensamento dos alunos da EJA já estão desenvolvidos, pois são sujeitos históricos, sociais e com suas próprias identidades culturais, sendo capazes de construir conhecimentos e aprendizado. As aprendizagens dos sujeitos da EJA inicia-se muito antes de entrarem na escola, quando aprendem a lidar com situações, com as necessidades e as exigências do seu cotidiano na sociedade. Dentre as dificuldades que os alunos encontram na sala de aula, no meu ponto de vista o principal é a falta de um modelo de ensino flexível, um distanciamento dos conteúdos com a realidade dos alunos. Como nos mostra a pesquisa da autora OLIVEIRA (1999), os alunos que pertencem a diferentes grupos culturais (relações de classe, econômicas, etárias, étnicas, religiosas etc.) provocam diferenças no funcionamento cognitivo, pois os alunos que frequentaram pouco as escolas apresentam pensamentos baseado em suas experiências individuais e nas relações real do seu cotidiano, já aqueles que frequentaram a escola por mais tempo e são pessoas que trabalham em diferentes áreas, como é o caso das pessoas de sua pesquisa onde ela denominou de “focos de competência”, são pessoas que concentram muitas habilidades necessárias para lidarem com problemas mais significativos. 
        É importante ressaltar, para que o trabalho da EJA seja bem sucedido, deve-se respeitar e valorizar os conhecimentos que os alunos trazem e suas diferenças culturais, a modo de contextualizar os conteúdos de ensino com a realidade dos educandos, sob uma perspectiva sociocultural.


Referência:
IN: REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO Set/Out/Nov/Dez 1999 nº 12. Trabalho apresentado na XXII Reunião Anual da ANPEd, Caxambu, seembro de 1999. Disponível em: https://moodle.ufrgs.br/puginfile.php/2413786/mod_resource/content/2/RBDE12_06_MARTA_KOHL_DE_OLIVEIRA.pdf. Última visualização: 27/06/2018.



Conceito e funções da EJA.



A EJA de acordo com a Lei 9.394/96, passa a ser uma modalidade de educação básica nas etapas do ensino fundamental e médio, usufruindo de uma especificidade própria que caracteriza-se com uma proposta pedagógica flexível com um modelo próprio a fim de atender as necessidades dos alunos da EJA, respeitando as diferenças, os conhecimentos prévios dos alunos, estes adquiridos a partir de suas vivência diárias e de suas histórias de vida, oportunizando a todos a atualização de seus conhecimentos e novas oportunidades.
As funções da Educação de Jovens e Adultos:
A função reparadora surge para reparar uma desigualdade histórica, onde estes alunos no passado não tiveram acesso à educação pelas suas condições de subalternas de trabalho, não tendo a possibilidade de progredir nos estudos, como afirma Jamil Cury (2000, p. 9) "Neste momento a igualdade perante a lei, ponto de chegada da função reparadora, se torna um novo ponto de partida para a igualdade de oportunidades."  
A função equalizadora surge para dar cobertura aos trabalhadores e a tantos outros segmentos sociais, a reentrada ao sistema educacional, possibilitando a estes indivíduos o ato de adquirir conhecimentos, mais reconhecimento de suas potencialidades, de suas histórias de vida e experiências sócio-culturais.
A função qualificadora, refere-se a qualificação, pois quando indivíduo se qualifica por meio de estudos, este adquire maiores chances de trabalho, de desenvolvimento de suas habilidades ou de novas descobertas e avança potencialmente na própria vida.
Segundo o relator Jamil Cury: 
Muitos jovens ainda não empregados, desempregados, empregados em funções precárias e vacilantes podem encontrar nos espaços e tempos da EJA, seja nas funções  de reparação e de equalização, seja na função qualificadora, um lugar de melhor capacitação para o mundo do trabalho e para a atribuição de significados às experiências socioculturais trazidas por eles. (2000, p. 11)
          As funções da EJA visa a inserção dos educandos num modelo de educação de qualidade e inovador, num modelo pedagógico com um currículo variado, respeitando os conhecimentos construídos por estes jovens e adultos ao longo de sua vida, pensando em formar cidadãos críticos e  ativos na sociedade.


Referência:
Parecer CEB no 11/2000 - Parecer Jamil Cury - Diretrizes Curriculares Nacionais da EJA. Disponível em:https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/2381340/mod_resource/content/3/parecer_11_2000-anotado.pdf. Visualizado em: 27/06/2018.



quinta-feira, 21 de junho de 2018

Inovações Pedagógicas

As Inovações Pedagógicas rompem com paradigmas, principalmente com a forma tradicional de ministrar as aulas, rompe com o modelo empirista de ensino/aprendizagem, onde o professor ensina e o aluno aprende num processo de repetição, memorização e padronização de conhecimentos. Em certas situações ainda há profissionais de educação que podem até utilizar ferramentas digitais em suas aulas, mas continuam ensinando os conteúdos de forma tradicional, utilizando de modelos matemáticos como sendo únicos modos de produzir conhecimentos.      
 Portanto podemos dizer que a novidade surge no processo de conhecer: quanto mais profundamente conhecemos algo, quanto mais for a rede de relações que conseguirmos criar, tanto maior serão as possibilidades de surgimento de novidades, o que pode provocar a inovação, justamente em função das diferenciações e das interações presentes na constituição dessa rede de relações, a qual implica constantes rupturas paradigmáticas.  (SCHLEMMER, 2006, p.39).
No entanto a inovação transforma a ação humana, que se dá através de trocas com o outro e com o meio que o sujeito está inserido. Através de um tempo cronológico e histórico estas inovações vem ganhando espaços, nas instituições de ensino, nas famílias nas indústrias entre outros.
As inovações pedagógicas não pressupões apenas a inclusão de novidades, mas consiste em inovar as práticas pedagógicas, possibilitando mudanças na forma de entender o conhecimento, apostando em novidades, utilizando as ferramentas tecnológicas, propondo e despertando nos alunos novas descobertas.
Entendo a importância de inovar nossas práticas pedagógicas, pois as coisas mudam o tempo todo e por este motivo é quase impossível na atualidade, os professores trabalharem de forma tradicional, no meu ponto de vista é necessário o professor estar aberto para mudanças e inovações a modo de transformar suas aulas. 


Referência:
SCHLEMMER, Eliane. O professor e o mundo da escola: O trabalho do professor e as novas tecnologias. Revista textual. Porto Alegre, v.1 n.8, p. 33 - 42, set.2006. Disponível em:  https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/2425153/mod_resource/content/4/SCHLEMMER_O%20trabalho%20do%20professor%20e%20as%20novas%20tecnologias.pdf. Ultima visualização em: 21/06/2018.


domingo, 17 de junho de 2018

O professor e as inovações pedagógicas.


Viemos de uma infância e adolescência mergulhada em uma era analógica, onde na escola eram usados como recurso o quadro negro, giz, cadernos, lápis e borracha entre outros, esta geração analógica ficou conhecida como “imigrantes digitais”, geração que não mexe se não estraga, muitas vezes quando alguma nova tecnologia era lançada nós crianças não podíamos mexer para não estragar, pois eram objetos caros e não havia muitas pessoas que pudessem consertar, caso fossem estragados.
 Hoje nos deparamos com outra realidade, às crianças dominam muito bem as tecnólogas existentes, mexem para ver como funciona, uma geração da era digital, conhecidos como “nativos digitais”.
Diante de muitos avanços tecnológicos, cabe ao professor repensar suas práticas e adaptar-se a esta realidade da educação, usando as ferramentas digitais a modo de orientar seus alunos a utilização de forma contextualizada e colaborativa.
O professor deve pensar na inovação de suas aulas, não apenas acreditar que levar os alunos no laboratório e deixar que fiquem livres para que possam mexer nos computadores, é o suficiente. Mas em propor aulas que levem os alunos a construir seus conhecimentos usando e dominando as tecnologias.
Entendendo que o aluno é responsável pela construção de seu conhecimento, o professor deve propor atividades que provoque desiquilíbrio do sistema de significação do sujeito, rompendo com paradigmas e valorizando a cultura dos alunos e seus conhecimentos prévios, trabalhando com assuntos que realmente os interessa. Como afirma:

[...] isso é percebido pelo sujeito que tenta adaptar o novo ao que ele já conhece, consistindo na própria deformação do objeto, necessária para que o sujeito possa dar significado, e, portanto aprender, conhecer. Pode ainda ocorrer que essa tecnologia, em função de seu desenho, características, possa ser suficientemente provocadora, de forma que o sujeito não encontre resposta no que já conhece capaz de dar conta da apropriação do “novo”, provocando, assim, desequilíbrios no sistema de significação do sujeito, exigindo dele novos conhecimentos, novos paradigmas, o que pode implicar inovação. (SCHLEMMER,2006, p. 39).

Ao utilizar as tecnologias em sala de aula também desenvolvemos a autonomia dos alunos, a modo de leva-los a trabalharem com pesquisas, incentivando-os a fazer reflexões sobre assuntos que lhes interessa, não ficando condicionados a copiar e colar, mas em tornar-se reflexivos e construtores de seus conhecimentos, utilizando os meios analógicos e digitais que possam auxiliar nesta construção.
As inovações tecnológicas exige do professorer novas ideias para a criação de novos conhecimentos, de forma a tornar-se transformadores com o apoio das tecnologias, mudando os paradigmas das aulas tradicionais, o professor precisa estar aberto a mudanças e inovações, reestruturando suas práticas pedagógicas.  

Referência:
SCHLEMMER, Eliane. O professor e o mundo da escola: O trabalho do professor e as novas tecnologias. Revista Textual, Porto Alegre, v.1 n.8, p.33 – 42, set. 2006. Disponível em: https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/2425153/mod_resource/content/4/SCHLEMMER_O%20trabalho%20do%20professor%20e%20as%20novas%20tecnologias.pdf Última visualização: 17/junho/2018.
Imagem retirada do google. 



quinta-feira, 14 de junho de 2018

Atividade Hora do Conto

Na Interdisciplina de Didática do curso PEAD da UFRGS,  fomos convidadas a planejar e desenvolver uma atividade com os alunos, este trabalho foi proposto para ser realizado em grupo, trabalhei com mais duas colegas Cláudia e Nanci, onde decidimos contar para os alunos a história de Léia Cassol, "Ana, o cachorro e a boneca", as crianças participaram e demonstraram interesse, ao repetir e ajudar a contar a história, desenvolveram a linguagem, a memória e a atenção, ainda despertaram a criatividade ao produzirem uma máscara, utilizando cola colorida e materiais de sucata. 


PLANO DE TRABALHO DOCENTE
Instituição de Educação Infantil Nossa Senhora Aparecida.
Professoras: Cláudia Saraiva, Marina Ferreira e Nanci Andrade.
Turma: Jardim A. 

Conteúdos:
Português, matemática, história, geografia e ciências, artes, diversidade.

OBJETIVO GERAL:
Despertar o interesse para ouvir a história, identificando os diferentes temas e elementos presentes no livro Ana, o cachorro e a boneca, de Léia Cassol, oportunizando momentos de reflexão sobre a história e respeitando as diferenças decorrentes dessas, essenciais no processo de construção da identidade.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS (conceituais, atitudinais e procedimentais):  
  Motivar a atenção e a concentração através de ouvir a história;
  Promover o interesse e a reflexão;
  Identificar/reconhecer e nomear os elementos constantes na história e suas funções, conhecer as semelhanças e as diferenças;
    Estabelecer relações com o seu cotidiano;
    Exercitar a linguagem oral e a criatividade;
    Expressar-se livremente através da produção gráfico-plástica;
    Respeitar as diferenças.

DESCRIÇÃO DE CADA UMA DAS ESTRATÉGIAS DE ENSINO
 Rodinha: contação da história, Ana, o cachorro e a boneca, utilizando o livro de Léia Cassol;
 Conversar com as crianças sobre a história que ouviram;
 Atividade: Sugerir desenhar. pintar, recortar uma máscara;
    Disponibilizar o livro, o jogo, o tambor, as bonecas para manuseio e brincadeiras com mediação. 

RECURSOS NECESSÁRIOS                                                                                                                      Livro, boneca de pano (Ana), cachorro de pelúcia, jogo (caixa de ovo), tambor, boneca da Ana (abayome), folhas de ofício, giz de cera e tesoura.     
   
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM (CRITÉRIOS E INSTRUMENTOS)
A avaliação será através da observação do interesse e envolvimento dos alunos nas atividades propostas.                                        




Referência:
CASSOL, Léia. Ana, o cachorro e a boneca. Ed. Cassol, Porto Ale 2014.

domingo, 3 de junho de 2018

E uma das atividades da Interdisciplina de Didática, planejamento e avaliação, fomos convidadas a realizar a leitura do texto "O menininho" de Helen Bucklen, através do texto pude refletir  sobre a importância  do papel do professor, onde este pode ser um grande incentivador despertando a  criatividade e a curiosidade dos educandos, assim como também pode podar o desenvolvimento das crianças, sem estímulos formando seres que não serão capazes de opinar e sem autonomia, sempre a espera de cumprir ordens. O texto ainda nos leva a reflexões de dois modelos pedagógicos existentes nestes ambientes escolares, o primeiro refere-se a pedagogia diretiva, onde o professor dita para o aluno o que deve ser feito, e a segunda a pedagogia relacional, onde a sala de aula é um espaço de construção e descoberta do novo.
No meu ponto de vista é necessário que os alunos sintam-se envolvidos no processo de ensino/aprendizagem, onde o diálogo prevaleça e os alunos sejam desafiados e aprendam uns com os outros inseridos num espaço de trocas, onde relatam o que aprenderam, desenvolvendo assim sua criatividade e autonomia.                                                                                  Como educadora procuro trabalhar com o que os alunos trazem para sala de aula, levando -os a entenderem que eles tem voz no ambiente escolar, que são ouvidos e que desta forma podem tornar-se seres críticos e capazes de criar e produzir algo novo, construindo seus próprios conhecimentos, explorando sua criatividade, desenvolvendo sua autoestima e sua autonomia através dos desafios propostos, despertando a curiosidade dos alunos num ambiente descontraído com muitas brincadeiras e jogos.


Texto:


                              “O menininho”
Helen Buckley

Era uma vez um menininho bastante pequeno que contrastava com a escola bastante grande.
Quando o menininho descobriu que podia ir à sala caminhando pela porta da rua, ficou feliz. A escola não parecia tão grande quanto antes.
Uma manhã a professora disse:
- Hoje nós iremos fazer um desenho.
“Que bom!”, pensou o menininho. Ele gostava de desenhar. Leões, tigres, galinhas, vacas, trens e barcos... pegou sua caixa de lápis de cor e começou a desenhar.
- Esperem, ainda não é hora de começar!
Ela esperou até que todos estivessem prontos.
- Agora, nós iremos desenhar flores.
E o menininho começou a desenhar bonitas flores com seus lápis rosa, laranja e azul.
- Esperem, vou mostrar como fazer.
E a flor era vermelha com o caule verde.
- Assim, disse a professora, agora vocês podem começar.
O menininho olhou para a flor da professora, então olhou para a sua flor. Gostou mais da sua flor, mas não podia dizer isto... virou o papel e desenhou uma flor igual a da professora. Era vermelha com o caule verde.
No outro dia, quando o menininho estava ao ar livre, a professora disse:
- Hoje nós iremos fazer alguma coisa com o barro.
“Que bom!” pensou o menininho. Ele gostava de trabalhar com o barro. Podia fazer com ele todos os tipos de coisas: elefantes, camundongos, carros e caminhões. Começou a juntar e amassar sua bola de barro.
- Esperem, não é hora de começar!
Ela esperou até que todos estivessem prontos.
- Agora nós iremos fazer um prato.
“Que bom!”, pensou o menininho. Ele gostava de fazer pratos de todas as formas e tamanhos.
- Esperem, vou mostrar como se faz. Assim... Agora vocês podem começar.
E o prato era fundo. Um lindo e perfeito prato fundo.
O menininho olhou para o prato da professora, olhou para o próprio prato e gostava mais do seu, mas ele não podia dizer isso... amassou seu barro numa grande bola novamente e fez um prato fundo, igual ao da professora.
E muito cedo o menininho aprendeu a esperar e a olhar e a fazer as coisas exatamente como a professora. E muito cedo ele não fazia mais as coisas por si próprio.
Então, aconteceu que o menininho teve que mudar de escola... 


Esta escola era ainda maior que a primeira.
Ele tinha que subir grandes escadas até a sua sala...


Um dia a professora disse:
- Hoje nós vamos fazer um desenho.
“Que bom!”, pensou o menininho. E esperou que a professora dissesse o que fazer. Ela não disse. Apenas andava pela sala. Quando veio até o menininho falou:
- Você não quer desenhar?
- Sim. O que é que nós vamos fazer?
- Eu não sei, até que você o faça.
-Como eu posso fazer?
- Da maneira que você gostar.
- E de que cor?
- Se todo mundo fizer o mesmo desenho e usar as mesmas cores, como eu posso saber qual o desenho de cada um?
- Eu não sei!
E começou a desenhar uma flor vermelha com um caule verde...