domingo, 22 de novembro de 2015

Infância "soft"

                                                                                                                                                   
 Infância “soft” entende-se pela representação da inocência e da beleza, principalmente ao corpo infantil, do cuidado e da manutenção por uma estética padronizada. Essa imagem tem por objetivo de não vender só produtos, mas a concepção do que deve ser um corpo bonito. Bebês e suas infâncias estão sendo retratadas visualmente na contemporaneidade, um corpo infantil caracterizado pela pele branca, bochechas rosadas, alegre, feliz e saudável.
Os corpos que fogem desse padrão não são falados, mostrados ou apresentados. Figuram as ausências infantis, sendo chamados os “outros da infância”. A infância “soft” não é a única para todos que passam por essa fase da vida, há outras infâncias escondidas que são imagem de corpos não padronizados para a sociedade, maneiras de ser, de agir e portar-se regulando e normalizando condutas, pode haver um descarte do que se difere “modelos normais”.
Segundo o texto de Cunha e Borges o corpo não é apenas criado pela genética, mas sim como uma construção cultural e destinado por carregar consigo marcas dessa cultura, um corpo que escapa moldável, maleável recheado de linguagens e expressões não estática, única e homogênea.

“Erotização na infância”


Análise de uma imagem de propaganda que retrata a erotização infantil

     Essa imagem da marca Lilica Ripilica, que trabalha com artigos infanto-juvenil é voltada especialmente para o público feminino. Essa campanha explicita a questão da erotização dos corpos infantis, e que foi bastante discutida, gerando polêmicas aonde chegou a ser retirada de circulação, nos mostra a imagem de uma criança que está vestida como uma adulta, sentada de forma erótica, que exprime a frase “Use e lambuze”, substituindo a apresentação de pureza, sendo essa uma publicidade inadequada para o público alvo, além sugerir valores ambíguos. A campanha foi criada em 2008 e retirada de circulação em 2009, por ordem do Ministério Público do Estado do Paraná.
      A propaganda desenvolve uma mensagem que induz a uma sexualidade e maturidade não condizentes com o universo infantil, é violenta por instaurar um modelo de infância que desestabiliza a formação da criança, tanto emocional quanto sexual.
      A imagem mostra a criança exposta em pose adulta com a boca lambuzada, um alto teor de sensualidade, o que acaba destruindo sua inocência, a mensagem pode acarretar muitos problemas para o futuro dos pequenos, por serem facilmente manipuladas as crianças crescem e se desenvolvem de acordo com os princípios insaturados pela publicidade.

      Conforme o texto de Jane Felipe e Bianca Salzar Guizzo, essa imagem nos mostra nitidamente a criança como “Pedofilização da sociedade” criança como consumidora e também como objetos a ser consumida.

Educar uma infância pós- moderna

A compreensão da infância como o modo de ser criança, está diferente do modo de alguns tempos atrás, hoje enfrentamos uma fase onde as crianças vivem o mundo dos adultos, estão agitadas, dispersas, ligadas no mundo da TV e internet.
As mudanças no modo de existência contemporâneas são profundas, as crianças estão vinculadas ao excesso de informações, excesso de imagens e principalmente pelo consumismo.
Precisamos compreender que os alunos que encontramos em nossas escolas não são mais dependentes, sem informações, que tínhamos há certo tempo atrás, por isso é preciso enfrentar e apostar na criação de novos caminhos, no que se refere à mídia, pode utilizá-la para produzir modos diferentes de ser e pensar na escola, trazendo para a sala de aula o uso desses meios oferecidos, investir em pequenos gestos do cotidiano que possam proporcionar e criar novas ferramentas diferenciadas para a aprendizagem, fazendo com que esses alunos interessem – se, valorizando o diálogo e a diversidade de pensamentos.

A sociedade pós-moderna está marcada pela multiplicidade, a aceleração do tempo, as novas mídias, o crescente consumismo, característica da cultura do excesso, transformando o modo de aprender e requer outro tipo de atenção, trazendo novos desafios para a aprendizagem.

"Mídia e consumo na produção da infância pós-moderna.”

Pós-modernismo é um processo em desenvolvimento que está marcado pela recente avalanche de inovações tecnológicas, disseminação dos meios de comunicação e informática, com a crescente influência do universo virtual e pelo consumismo.
Na era atual nada é mais concreto, tempo e espaços estão resumidos a fragmentos, a individualidade predomina sobre o coletivo e o ser humano é guiado pela ética do prazer imediato como objeto prioritário. Busca pela felicidade individual do consumismo. 
A mídia tem forte influência sobre o mito de beleza e juventude, pois esta leva as pessoas a acreditarem que para ter o corpo perfeito, seriam sinônimos de consumir alimentos, de comprar roupas, de procedimentos estéticos ou cirúrgicos para chegar a esse corpo perfeito, beleza essa imposta pela mídia.

As crianças têm vivido no tempo dos objetos, compõem suas vidas de um modo provisório, instantâneo, cambiante e enfermo, essas crianças são atraídas pelo consumismo e são presas fáceis, sabem dos últimos lançamentos de brinquedos das últimas invenções tecnológicas etc. Os assuntos que os rodeiam, as práticas, os grupos que participam e os desejos que manifestam mudam o tempo todo, deixando as crianças assim em constante estado de insatisfação “tudo ao mesmo tempo”.

Conceito de infâncias

Infâncias

Quando falamos em infâncias logo nos vem lembranças, às vezes boas ou em alguns casos não muito de quando éramos pequenos. Lembranças essas que retratam momentos únicos de nossas vidas, como brincadeiras, músicas, filmes, passeios etc...
Infância é um período de construção social onde o ser humano vai moldando-se, construindo sua identidade através do meio cultural que vive.